EXPOSIÇÃO
Literacia em Língua Portuguesa: Norma Linguística e Ensino

A exposição está patente ao público, até 11 de Abril, na Sala do Centro de Recursos para a Inclusão (CRI) da Biblioteca Geral da Universidade de Évora.

Com esta exposição pretende-se levar ao conhecimento quer da comunidade académica eborense, quer dos visitantes da Universidade de Évora, uma amostra de obras que, destinadas ao ensino da língua portuguesa, contribuíram para a literacia em/sobre o Português, assim como para a elaboração de uma “norma linguística”.

Trata-se, pois, de dar a conhecer obras relevantes do património textual que exemplificam diferentes géneros textuais (gramática, dicionário, ortografia, manual de ensino…) que, apesar das mudanças societais, linguísticas, culturais, ideológicas e didáticas registadas ao longo dos séculos, continuam a marcar presença, até aos nossos dias, no processo de ensino-aprendizagem da língua materna.

As obras expostas representam um arco cronológico de cerca de dois séculos e meio (do século XVIII à década de 40 do século XX), entre as quais se encontram duas obras em latim – De Institutione Grammatica, de Manuel Álvares, e Prosodia, de Bento Pereira – edições setecentistas de títulos cujo percurso editorial se iniciara em 1572 e 1634, respetivamente.

 

 

 

 

Não é de estranhar que as primeiras obras sejam latinas, uma vez que o latim foi, até ao século XVIII, a língua de ensino em Portugal, veiculando o saber produzido nos mais variados domínios. O latim era a língua da cultura e da ciência; a língua antiga que, face às línguas “novas”, detinha um prestígio multissecular e era cultivada por literatos e pedagogos, com destaque para os portugueses Manuel Álvares e Bento Pereira. A importância linguística, cultural e pedagógica destes dois Mestres eborenses legitima a presença de obras latinas numa Exposição que ilustra o património textual do Português.

O facto de o Português ter sido confrontado com outras línguas, europeias e extraeuropeias justifica a inclusão do Methodo Pratico para falar a Lingua da Lunda (1890), obra que, aparentemente, destoa do conjunto de obras selecionadas. Contudo, se línguas desconhecidas dos europeus (africanas e outras) foram descritas (“gramatizadas”) em português, os textos descritivos dessas línguas não europeias, sendo relevantes para a história linguística dos territórios respetivos, fazem parte igualmente do património textual/metalinguístico da língua portuguesa.

De entre as obras expostas contam-se também a Grammatica Philosophica (1822) de Jerónimo Soares Barbosa, Novo Diccionario Hespanhol-Portuguez (1897) dirigido por Henrique Marques e O ensino da ortografia. Problemas e métodos (1935) do Dr. Faria de Vasconcelos.

 

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Publicado em 20.03.2019