Apresentado Plano de Ação para a Villa Romana de Pisões

Decorreu hoje, dia 24 de agosto, no Salão Nobre da Câmara Municipal de Beja, a assinatura de um protocolo de colaboração entre a Câmara Municipal de Beja, a Universidade de Évora e a Direcção Regional de Cultura do Alentejo para a salvaguarda e gestão da Villa Romana de Pisões, e a apresentação do Plano de Ação para esta Villa Romana desenvolvido pela UÉ, numa abordagem multidisciplinar que contempla as áreas da Arqueologia, Geofísica Aplicada, Ciências Agrárias, investigação em Arqueometria, Ciências do Património, Conservação e Restauro, Arquitetura e Artes Visuais bem como a área da Arquitetura Paisagista, Museologia e Tecnologias Digitais.

Para Ana Costa Freitas, Reitora da Universidade de Évora, estão agora “reunidas as condições seja ao nível da massa crítica, seja ao nível da articulação entre as entidades” para que a Villa Romana de Pisões “atinja todo o seu potencial, tanto em termos de preservação e de criação de conhecimento” como em termos de “fruição plena e ao nível turístico, horando a nossa memória coletiva”, contando par tal, com a colaboração dos diversos Centros de Investigação da Universidade de Évora.

Igualmente satisfeito, João Rocha, mostrou-se “surpreendido” pelo Plano de Ação elaborado pela Universidade, “felicitando-a pelo trabalho desenvolvido”, tornado agora público por Bento Caldeira, investigador que tem coordenado numa primeira fase, os trabalhos desenvolvidos no local. O Presidente da Câmara Municipal de Beja manifestou disponibilidade para “total colaboração” da Câmara que dirige, num processo que, na sua opinião, “ reúne as condições necessárias” para que a Villa possa trilhar “um caminho autónomo” e “autossuficiente”, considerando que o plano “cumpre o que é essencial para Pisões”, através do “estudo e investigação”, que “nunca tinha sido feito de forma sistemática e rigorosa”. Por fim destacou a “excelente colaboração institucional” entre as entidades envolvidas num processo que, o autarca considera um “novo clico” para Pisões.

Classificada como Imóvel de Interesse Público, esta Villa situada na freguesia de Santiago Maior, a cerca de 10km a sul da Cidade de Beja é composta por diversos compartimentos que apresentam pavimento de mosaicos. A fachada, que seria porticada, está virada a sul, abrindo para um enorme espelho de água, um dos maiores conhecidos neste tipo de residências privadas em toda a Península Ibérica, tal como o edifício termal, um dos mais bem conservados da Península Ibérica, o qual apresenta numerosas salas revestidas com placas de mármore.

Este notável espólio apresenta elementos do século I d.C. até à época Visigótica, o que faz desde sítio romano uma das mais originais villae romanas da Península Ibérica, um modelo ancorado no conhecimento, na inovação e na racionalização de recursos, sendo para a Universidade de Évora objeto fundamental de estudo, bem como essencial a valorização e divulgação deste vasto património arqueológico, apostando em importantes projetos de desenvolvimento sustentável, onde a construção, utilização e divulgação do conhecimento especializado é uma vocação e, numa perspetiva multidisciplinar, um desafio.

O Plano de Ação prevê o desenvolvimento de um campo Experimental para as Arqueociências e Ciências do Património assente em três eixos de ação: Investigação e Desenvolvimento; Valorização Patrimonial; Divulgação e Formação, tirando partido do potencial do sítio arqueológico. Assim, pretende-se que este projeto abrangente possa, por exemplo, desenvolver conteúdos multimédia e de realidade virtual, os quais permitam a valorizar do ponto de vista turístico e patrimonial. Para além de outras iniciativas, o projeto permitirá, ainda, desenvolver atividades curriculares de 2º e 3º ciclo na área da Arqueologia e Ciências do Património, bem como a realização de eventos e encontros científicos ou atividades de ensino informal para públicos diversificados, incluindo a realização de atividades culturais a nível nacional e internacional ligadas à Arqueologia experimental.

 

 

Publicado em 24.08.2017
Fonte: GabCom | UÉ