Colóquio Internacional ‘Literatura e Poder – Centenários, gerações e cânone literário na configuração das identidades ibéricas (s. XIX-XXI)’
Novembro 19, 2024 - Novembro 20, 2024
Em 1884, Teófilo Braga publicou um ensaio sobre a importância que as celebrações de centenários literários tinham adquirido na configuração das identidades políticas modernas. Escritores, obras consagradas no cânone nacional e movimentos literários formavam “sínteses afetivas” do ser nacional, que se expressavam no ritual cívico das comemorações. Estas, ao mesmo tempo, eram expressão das transformações contemporâneas que colocavam o foco na consagração da arte e da ciência como vetores de progresso e identificação das comunidades políticas. Esta teorização seguia uma série de ciclos comemorativos que se estenderam por toda a Europa e que usavam a literatura como fonte ou pretexto para celebrar o grupo nacional ou certas culturas políticas. Como destacou Joep Leerssen, a literatura oferecia um quadro cultural para a representação e divulgação dos caracteres nacionais. Estes autores e autoras, conceituados por Marijan Dovic e Jón Karl Helgason como “santos culturais”, assim como a articulação de uma narrativa que dividia as criações nacionais em períodos de esplendor e decadência, foram parte fundamental dos processos de nacionalização, e serão objeto de análise, à escala ibérica, neste Colóquio Internacional.
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Em 1884, Teófilo Braga publicou um ensaio sobre a importância que as celebrações de centenários literários tinham adquirido na configuração das identidades políticas modernas. Escritores, obras consagradas no cânone nacional e movimentos literários formavam “sínteses afetivas” do ser nacional, que se expressavam no ritual cívico das comemorações. Estas, ao mesmo tempo, eram expressão das transformações contemporâneas que colocavam o foco na consagração da arte e da ciência como vetores de progresso e identificação das comunidades políticas. Esta teorização seguia uma série de ciclos comemorativos que se estenderam por toda a Europa e que usavam a literatura como fonte ou pretexto para celebrar o grupo nacional ou certas culturas políticas. Como destacou Joep Leerssen, a literatura oferecia um quadro cultural para a representação e divulgação dos caracteres nacionais. Estes autores e autoras, conceituados por Marijan Dovic e Jón Karl Helgason como “santos culturais”, assim como a articulação de uma narrativa que dividia as criações nacionais em períodos de esplendor e decadência, foram parte fundamental dos processos de nacionalização, e serão objeto de análise, à escala ibérica, neste Colóquio Internacional.
Colóquio com a organização da Cátedra de Estudos Ibéricos, CIDEHUS, UÉ.
PROGRAMA
Detalhes
Organizador
Local
Évora, 7000-645 Portugal