III Encontro da REPORT(H)A - Dinâmicas e Resiliência em Sistemas Socio-Ambientais

A Universidade de Évora recebeu, entre os dias 28 e 30 de Março de 2019, o III Encontro da Rede Portuguesa de História Ambiental, dedicado ao tema "Dinâmicas e Resiliência em Sistemas Socio-Ambientais".

O evento, organizado pelo CIDEHUS-UÉ e pelo CICP (Centro de Investigação em Ciência Política), contou com mais de 80 participantes de 5 nacionalidades distintas, entre comunicantes e assistentes.

No decurso dos três dias de encontro, foram apresentadas um total de 43 comunicações, distribuídas por 13 sessões.

A conferência de abertura intitulada “Environmental history, or how to enjoy academic recognition without being (too much) disciplined” esteve a cargo de Marco Armiero, diretor do Environmental Humanities Laboratory (Royal Institute of Technology) de Estocolmo, na Suécia.

O encontro teve como objetivo a abordagem de temas relacionados com a interceção entre o meio ambiente e as sociedades, inscritas na história do clima e da biodiversidade. Numa perspetiva multidisciplinar, foi discutido o modo como as sociedades resistiram e se adaptaram às mudanças ambientais na longa duração, aos desastres naturais,  à  degradação  envolvente, às alterações ambientais provocadas pelas dinâmicas ​sociais e, também, como desenvolveram formas de gestão de recursos e de riscos. Foram, também, abordados temos como a construção do conhecimento e as representações humanas do mundo natural, os conflitos de apropriação e os movimentos pela justiça ambiental.

As sessões temáticas organizaram-se em torno dos seguintes tópicos: legados tóxicos; histórias ambientais dos Fascismos na área mediterrânica no século XX; construção de novas paisagens brasileiras; reconstrução dos nossos territórios para a resiliência – resistências ambientais no sul global; ferramentas digitais para a História Ambiental; recursos florestais e atividades humanas: uma inter-relação ambiental histórica; constrangimentos ecológicos ou antrópicos dos recursos marinhos? Que impactos sobre as dinâmicas de pesca das comunidades piscatórias?; storytelling tóxico: contaminação ambiental e narrativas de justiça numa perspetiva comparada; desafios da natureza e respostas humanas; política, governança ambiental e conflito; entre o mar e os sertões: fronteiras e transformações sociecológicas do Brasil colonial; problemas de saúde e ambientais na Península Ibérica; Património Natural e Paisagens patrimonializadas.

Reuniram-se em Évora investigadores de instituições de dez países (Portugal, Espanha, Itália, Suécia, Suíça, França, Reino Unido, EUA, Brasil e México) que incluíram não só centros de investigação, universidades e instituições de ensino superior mas, também, associações, municípios, museus e empresas.

A visita cultural à vila de Monsaraz, realizada no âmbito do encontro, permitiu uma leitura das profundas alterações que sofreu a paisagem alentejana ao longo do século XX. Monsaraz tem hoje a seus pés o maior lago artificial da Europa Ocidental, cujo projeto foi objeto de ampla disputa política ao longo do século XX, encontrando-se ligado ao ideal de intensificação agrícola através da promoção da agricultura de regadio. A barragem do Alqueva, que represa um dos maiores rios do sul do país, constitui a cabeça de um sistema de rega da região alentejana com impactos sobre o clima e a vegetação. 

Saiba mais no website do encontro: https://encontroreportha2019.weebly.com/ 

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Publicado em 03.04.2019